quarta-feira, 11 de novembro de 2009

queimar, amar, mar

corpos amantes rolam sob a areia quente
num sol escaldante que com força brutal os atravessa
mas insignificante é o calor do sol perante o da paixão
pois a mais intensa dor são eles que criam
enquanto se viram, se debatem e se amam
a areia arranha e sangra seus corpos seminus
estão se ferindo por puro prazer

deslizando pelo limite da sombra e da luz
ora num frescor momentâneo abaixo do coqueiro
ora no amarelo fervente semelhante ao inferno
a areia gruda em seus corpos molhados
e nessa mistura da sujeira e do selvagem
logo se transformam em animais enlouquecidos

fúria, loucura, beleza, amor, tudo que move a cena
que mesmo com o aspecto sujo é de beleza indiscutível
olhe como se admiram e anulam o mundo ao redor.
a gota que escorre pelas folhas do coqueiro,
é como um amor entre elementos da natureza, e ao cair
percorre os corpos amantes e interage com seus movimentos
todo o ambiente está em plena união

Um comentário:

  1. Alguém disse que existe cultura em tudo o que o homem faz, porque ela é a manifestação da inteligência humana. Acredito que existe beleza em tudo, basta olhar com olhos despreparados e sem expectativa - e não esperar por algo, apenas receber o que vier.

    Digo que as palavras tem gosto, cheiro e som.
    Eu pude ouvir o bater das ondas, o ressoar do vento, os movimentos e gemidos. Pude sentir o cheiro do mar, o cheiro da areia, o suor dos corpos. Mas nada se compara ao gosto que senti na boca...
    Adorei

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