quarta-feira, 10 de abril de 2013

Notas de início e fim

Dó.
O som. 
Convidou-a.
Apaixonou-a.
Repentinamente. 
Tocou seu âmago. 
Despertou seu amor. 
Apenas algumas notas? 
Não! Havia algo de místico. 
A sintonia no ar, na música, na face. 
Uma ligação com aquela doce harmonia. 
Tão louca e inexplicável interação silenciosa. 
A melodia puxava forte... E feria por ser tão bela. 
Não podiam se soltar, tal afeto era desconhecido até então. 

Essas pobres existências amarradas pelos laços vis da admiração. 
Mas logo soaram as palmas acompanhadas do desespero. 
E aquela sensação permanente de música inacabada. 
O instantâneo amor ainda pairava perplexo no ar. 
Porém a nota final sempre soará a separação. 
A música e a moça deixar-se-iam então. 
Todavia não ousemos chamar de fim. 
A moça levaria a música consigo. 
Mas a música só possui vida
Quando está vibrando no ar. 
A moça com carinho 
Guardou-a sozinha. 
Infelizmente, só. 
Pois, a música
não é matéria. 
Lá esqueceu. 
A moça. 

Tão só.
Assim.
Dó.





Um comentário:

  1. O mais interesse do seu poema, além do formato, é que cada um lê num ritmo diferente. Vai da euforia à tristeza. E sim, é de derramar uma lágrima. Que dó :(

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