quinta-feira, 30 de junho de 2011

A menina que ri flores,


Riu baixinho em seu ouvido. Ai, que aconchego esse rir baixinho. Se fosse um riso estrondoso, seria um riso do mundo. E egoísta que ele era, gostava daquele risinho só pra ele, baixinho e doce assim, risinho que vinha com o cheiro de cupuaçu da sua boca. Não que cupuaçu seja a coisa mais romântica do mundo, poderia dizer cheirinho de menta ou de chocolate, pareceria mais romântico e suave, mas isso não tem nada a ver com ela, ela é a menina do cheiro de cajá, pinhão, cogumelos, acerola, até mesmo flores, e quando se diz cheiro de flores até soa bonito, mas quando diz que o cheiro de flores vem da boca, você acha esquisito, quem come flores nesse mundo?... que a chamem de estranha, acha que eles se importam? Pois, todo dia, ela chega com aquele hálito de pétalas de rosas rindo um riso só para ele, e que delícia de risinho, nesse momento, só isso lhes importa.


3 comentários:

  1. A foto tá muito boa, traduz direitinho a 'vibe' do texto!
    Gostei dessa quebra do 'romantismo' no meio do texto, conduziu o leitor pra outra esfera. (espero nao estar falando bobagens rs)

    Bj, Káh!

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  2. Lindo! Eu sinto, egoistamente, cheiro de pinhão.

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