quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Zum zum zum! Paratibum.

Hoje mesmo não precisando despertei muito cedo, menos que 7 horas. Deveria estar feliz por não ter mais hora para acordar e poder dormir o quanto quiser. Nunca mais madrugar todos os dias para pegar dois ônibus pro Barreto, chegar à escola e aguentar três aulas de matemática, entre outras coisas de que eu já tava farta. Mas com toda sinceridade, o que me deu foi um grande aperto no peito e quando vi estava chorando na minha cama sem acreditar que essa rotina não faria mais parte da minha vida. Tá sendo difícil cair a ficha. Naquela escola há uma magia que nunca vi em nenhuma outra e que faz todos os alunos, até os mais distantes, se apegarem de alguma forma. Estudamos nos piores lugares, mas conseguimos fazer deles um ambiente acolhedor. Um ambiente que sentirei muita falta, aqueles corredores, aquelas salas, aquele pátio, foram palcos de momentos que nunca mais esquecerei.

Muito mais falta do que do ambiente, sentirei das pessoas. Alunos, técnicos, professores, funcionários. Não importa qual cargo, todos ganharam um espaço no meu coração. Eu sei que eu não seria a mesma pessoa se não fosse essa escola. Estudar em escola pública me fez passar por muitas dificuldades que foram essenciais pro meu aprendizado. Sem contar a diversidade de pessoas que há naquele local, gente diferente em todos os aspectos, e eu adorei isso. Mas o que mais me mudou mesmo foram os ensinamentos daqueles professores que não estavam preocupados apenas em jogar-nos teorias e fórmulas, mas em nos dar verdadeiros ensinamentos de vida. Pois há um diferencial importantíssimo no Pedro II, ele não forma máquinas, não forma apenas pessoas inteligentíssimas e sem nenhuma consciência. Ele forma, acima de tudo, seres humanos. E eu digo por mim, que entrei na escola com a cabeça oca, com uma visão restrita e com pouquíssima consciência política, e saí de lá outra pessoa. Quase todos os professores daquela escola, todos da sua forma, com a sua filosofia, mudaram minha vida. Meus agradecimentos aos mestres.

Eu digo que realmente me dói deixar esse lugar para trás, me dói pensar que acabou essa etapa da minha vida, mas ao passo que me dói, me deixa feliz. Não podia ser de outra forma, pois estava na hora mesmo de acabar. Ontem durante a colação de grau meu interior era uma louca mistura de tristeza e alegria. Eu ria o tempo todo, mas meus olhos viviam cheios de água. Sempre que eu penso que possivelmente nunca mais verei muitas daquelas pessoas sinto vontade de chorar. Ontem fiquei por algum tempo olhando pra alguns rostos, registrando o momento, porque no fundo eu senti que talvez fosse a última vez mesmo. Mas eu espero esbarrar com muita gente ainda nesse longo caminho que nos aguarda e desejo muita sorte a todos. Adeus Pedro II.

6 comentários:

  1. Que texto, Karina!
    Acredite, eu chorei!
    ^^
    Lindo demais.
    Aposto que Dom Pedro II não imaginava isso...

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  2. "Sempre que eu penso que possivelmente nunca mais verei muitas daquelas pessoas sinto vontade de chorar."

    Eu dei foi graças a Deus e farei o mesmo quando me livrar da faculdade. Passei um tempo tendo pesadelos com a escola logo que sai dela. Sonhava que tinha perdido de ano e que teria que voltar para lá. ERA HORRÍVEL! Com certeza sentirei mais falta da faculdade.

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  3. Tem coisa que por mais que a gente tente expressar com palavras, não consegue. Só quem realmente teve a oportunidade de desfrutar o Pedro II vai saber do que estamos falando. A minha ficha ta caindo ainda...a cada dia que passa...é difícil mudar assim uma rotina de 3 anos e se conformar em ver menos os amigos e professores...maas...Sorte pra você também. Beijão ;)

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  4. Eu fiquei arrepiada enquanto lia o seu texto. É exatamente isso que eu sinto em relação a cada um lá no riachuelo. Na minha colação de grau,eu descobri o que é chorar de felicidade.

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  5. Me fez chorar horrores. Segunda foi meu primeiro dia na faculdade e a única coisa que eu queria era botar meu uniformezinho rídiculo e receber cantadas de velhos asquerosos. E não consegui me segurar, fui lá todos os dias dessa semana, e toda vez sempre me sinto em casa.

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