sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Desenhando no vidro da janela.

Assoprei na janela úmida e escrevi com o dedo no vidro esfumaçado. Como se você fosse passar lá em baixo e me ver ali, na janela da minha casa, com olhos apaixonados a escrever nossas letras iniciais dentro de um coração. Eu estava igual a uma criança sonhadora quando desenha no vidro do carro em dia de chuva e se esquece do mundo ao redor. Ali naquela rua só existiam passantes desconhecidos, mas eu te procurava entre eles com tola esperança de receber uma visita inesperada. Eu podia sentir e ver a sua imagem entrelaçada à minha naquele portão como se o passado de repente estivesse diante dos meus olhos sem a menor explicação. Uma doce ilusão olhar da minha janela e ver você ali, com um lindo sorriso a dizer que gosta de mim, e eu em estado de graça profunda a rir e dizer com dificuldade “eu também... eu também”. Ninguém dá muito valor a um “eu também”, mas o que tinha de paixão naquelas duas palavras é indiscutível. Mas, agora eu estava debruçada em uma janela com ares tristes e nostálgicos, vendo a mim mesma em um momento de felicidade, a chuva caindo e as flores exalando um aroma que suscitava em mim um desejo de estar contigo em um lugar calmo e aquecido. Aliás, de estar contigo em qualquer lugar, até nos infernos. Era tudo que eu precisava em minha vida.

5 comentários:

  1. É o romantismo à flor da pele, minha gente! Deu até vontade de desenhar em vidro de carro agora ;~ E a figura é linda *-*

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  2. Lindo. Lindo. Lindo.
    Não há mais o que se dizer.

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  3. gosto quando escrevem tão bem sobre algo que todo mundo (creio eu) já sentiu um dia. talvez eu não conseguisse achar as palavras certas se tentasse escrever, mas fico feliz quando me identifico com tanta facilidade com algum texto dos outros!

    :)

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