Eis o filme que trouxe poesia para a minha terça-feira “A mulher e o atirador de facas”. Não apenas por toda beleza do filme em si, mas pelos acontecimentos curiosos que giraram em torno dele. Tive vontade de escrever sobre isso, pois foi simples e bonito. Na tarde desse dia, pensava sem motivo aparente, como quem tem uma ideia de repente, no quão interessante seria um filme atual em preto e branco. Pensava que se eu fosse cineasta faria um filme assim pra mostrar que não se precisa de efeitos especiais pra um filme ser excelente. E que charme seria um filme recente em preto e branco, como eu queria conhecer um filme assim! Poderia nunca mais lembrar e mencionar esse lapso se não fosse a incrível conexão que ocorreu no mesmo dia.
De noite, procurava algo pra assistir, sem esperanças, mas parei em um filme pois me deparei com algo que me encantou de imediato, e não foi o título que me atraiu, foi os olhos brilhantes da atriz.
De noite, procurava algo pra assistir, sem esperanças, mas parei em um filme pois me deparei com algo que me encantou de imediato, e não foi o título que me atraiu, foi os olhos brilhantes da atriz.
Esses eram os Olhos e a cena. |
Estava nos primeiros cinco minutos, que sorte! Preto e branco, pensei: deve ser dos anos 60, mas não conseguia associar o filme e a atriz aos clássicos da época. Fiquei interessada e continuei a ver. E que personagem emblemática, que olhos hipnóticos, nas próximas horas não consegui desgrudar os olhos da tela, até porque o filme também era encantador. O ator também tinha olhos penetrantes e os jogos de olhares diziam mais do que palavras. Em pouco tempo estava submersa no filme. Um dos assuntos principais era a sorte e a falta dela, e como o pensamento influencia em tudo isso, o filme todo tem um modo lindo e peculiar de tratar as situações da vida e a mente humana. Me apaixonei, porque era simples, porque era lindo, porque era arte circence, porque eram duas pessoas se salvando, e se amando no ato de atirar facas. Teria tantas coisas a comentar, mas não quero contar os detalhes. O fato é, fiquei maravilhada, e após o término do filme fui olhar a descrição e então quase não acreditei quando vi o ano do filme “1999”, conectando com o meu pensamento mais cedo... Um filme de 1999 em preto e branco, nem sequer tinha suspeitado que não era um filme antigo! Fiquei rindo, a vida tava me respondendo, me mostrando que aquilo que imaginei existia e dava incrivelmente certo (se existem outros eu não sei, provavelmente sim) . O próprio assunto do filme tinha a ver com o que aconteceu: sortes, coincidências, coincidências que não são apenas coincidências... O filme já era poesia pura, essa conexão só aumentou ainda mais o significado dele pra mim. E de quebra veio em uma época que eu precisava assisti-lo e me ajudou a esclarecer certas coisas da vida. O universo sempre dá um jeito de se comunicar com você, e hoje foi uma comunicação explicita. Pura sincronicidade.
Comentário adicional (11/04/2012) : Pouco tempo depois que escrevi esse texto, foi lançado o filme O Artista, que é exatamente nessa estética que mencionei no texto. Incrível!