sexta-feira, 2 de julho de 2010

Textos perdidos

No ônibus, no banho, na sala de aula, frequentemente surge um texto na cabeça, uma poesia, uma necessidade insana de escrever, e no meio de tanta correria, de tanta loucura, de tanto afazeres, o texto se perde, se esvai nos ares dessa cidade grande, e aquela vontade é reprimida por pensamentos como "não há tempo para isso". Meus melhores textos creio que nunca foram escritos. Nem sequer lembro deles. E sinto certo desespero, pois isso vem acontecido com tanta frequencia que temo estar cada vez mais distante de mim. Sim, escrever me aproxima de mim, e isso é preciso, é como combustível para a vida. E hoje no banho eu pensei: preciso escrever, o que quer que seja. Eu amo escrever, mas me vejo envolta por tantas obrigações que me sinto culpada por perder alguns minutos com minha introspecção. É ridículo. Justo eu, que tanto defendo a liberdade, que acho que as pessoas devem ser elas mesmas e não o que a sociedade quer delas. Justo eu, sou tão hipócrita comigo mesma ao ponto de não levar minhas ideologias para minha vida. O que custa alguns minutos para escrever, se isto me faz bem tão bem? Preciso escrever, preciso escrever, preciso escrever. Estou dando uma bronca em mim mesma por tamanha estupidez de agir com minha própria vida. Pretendo, e dessa vez pretendo mesmo, escrever mais, voltar a postar por aqui, seja lá o que eu tenha pra fazer, obrigações, trabalhos, provas. Isso é pouco diante da importância que é olhar para dentro de mim mesma, de me compreender, de me expressar, enfim, de estar comigo.